segunda-feira, 15 de março de 2010

Estava confortavelmente deitada na cama no meio de travesseiros e edredom, viu a luz invadir o quarto por uma pequena fresta na porta era a mãe que não ficou ali muito tempo, segundos depois a porta já fora fechada novamente e ela contemplava o escuro, que só não era tão escuro pela claridade da manhã que a janela de madeira e a cortina verde não conseguiam evitar. Escutou o barulho da chuva la fora e sorrio já era tarde mas não ia levantar, colocou os braços pra fora do edredom e sentiu o ar gélido que circulava pelo quarto, era uma típica manhã de outono em pleno verão, era um presente pensou ela sorrindo e fechou os olhos para adormecer sem muito esforço minutos depois.


E como a menina saberia que momentos deveria guardar na caixinha da lembrança, como ela saberia ...?

"Guarde momentos felizes" ela ouvia sussurrarem dentro da cabeça. E como saberia que o que estava vivendo era extremamente feliz?

Nem ao menos se mexia sobre a cama, era impossível dizer se sonhava ou não, o cabelo cobria toda a extensão do travesseiro com exceção da mexa que caia sobre os olhos e nada alem do seu rosto podia ser visto. Como saberia que aquilo a fazia feliz?

Anos mais tarde ela se recordaria daquilo em alguma situação ironicamente parecida, mas com certeza menos agradável e descobriria que tinha sido feliz...

Na duvida a garota resolveu aproveitar tudo o que lhe acontecia, não poderia julgar exatamente se o que presenciava era ou não o momento mais feliz da sua vida, mas vivia tudo, e para ela era isso o que importava. Dormia quando sentia sono e se sonhava realizava os sonhos, ria alto porque risadas tímidas não eram tão alegres, ouvia o que queria ouvir e se sentia vontade de dançar dançava, cantava sem saber cantar e sempre que podia sentia a chuva cair sobre a pele, via todos os filmes que queria, mas é claro que nem todas as historia lhe agradaram, e quando isso acontecia escrevia sua própria historia...

Quando acordou sentiu o chão gelado em contato com os pés, permaneceu um tempo ali sentada na cama e se deu conta que não conseguia nem mais inúmeras momentos felizes, eram tantos... não seria exagero dizer que eram a vida toda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário