terça-feira, 23 de março de 2010

Tem dias em que eu sou a feminista mais brutal desse mundo, sinto ódio de todos os homens na face da terra que estão no poder, juro que eles são um bando de otários que não sabem o que fazem e quando isso vem à tona empurram a responsabilidade pro outro.


Outros em que quero um homem cuidando de mim porque não me sinto capaz o bastante pra fazer tudo sozinha, ou melhor, quero esquecer que sou e poder pedir pro moço bonito que faz meu coração bater mais forte abrir o pote com a tampa mais bem fechada do mundo, quero que ele com toda sua racionalidade me ajude a tomar uma decisão sensata em um momento difícil, que enxugue minhas lagrimas me tome pelas mãos e diga que tudo vai ficar bem.

Em algumas fases acho todos ao meu redor vazios, irritantes e bestas, me sinto capaz de viver bem melhor sem ninguém ao meu redor, qual é, fulano de tal faz drama por nada, cicrano se acha dono da verdade, beltrano então colocou uma melancia no pescoço e ainda saiu dançando rebolation em busca de atenção.

Tantas outras fases eu sou dramática, dona da verdade, aparecida querendo todos ao meu redor pra rir de qualquer bobagem, receber abraços aconchegantes e viver momento pra nunca esquecer com os melhores amigos do mundo apesar de todos os problemas.

Na realidade existem dias e dias, Jéssicas e Jéssicas, humores e humores, amores e amores, tédios e tédios, enjôos e enjôos, todos os acontecimentos por menores que sejam podem me afetar, tudo o que eu sinto pode me fazer mudar de pensamento, tudo o que eu vivo pode me tirar dos meus eixos.

As musicas de minha vida mudam de ritmo freqüentemente, o batimento do meu coração acompanha, minhas verdades caem por terra, as definições sobre mim perdem o sentido, não me encaixo mais na forma que eu fiquei a poucos minutos atrás.

Ninguém me conhece melhor do que eu, ninguém além de mim sabe onde quero chegar, permito meu coração bater e me guiar, por uma vida sem padrões, mais improvisada do que escrita, mas real do que inventada, autonomia sem hipocrisia.

segunda-feira, 15 de março de 2010

FDS

Entre as pessoas mascaradas bebendo um drink, fumando um cigarro ou fazendo alguma putaria por status eu caminho apenas sorrindo, acredito em todos eles, em todas aquelas vidas perturbadas, eu os amo e encontro a beleza que se perdeu dentro de cada um, só não aguento por muito tempo, me retiro do ambiente sabendo que ali são só aparências.


Não espero nada da vida, das pessoas, do tempo, da previsão da cartomante, ou espero de tudo, sei que sempre serei surpreendida, talvez não a todo momento, mas na maior parte do tempo e continuo encontrando dentro de tudo isso detalhes que fazem meus olhos brilharem.

Sorte, destino, essa tal coisa de esta escrito, ou a nossa historia é a gente quem faz, pra que perder tempo pensando no que realmente acontece, deixa a vida mostrar, deixa você se decidir, teorias são ótimas pra gente refletir, mas não da pra viver só delas, não da pra se prender sendo que o mundo é gigante e a vida dura o bastante pra se alterar mais de uma vez.

Toda a natureza tem seu mistério divino, de onde tudo surgiu, por que surgiu, será que um dia tudo acaba? disso eu tenho plena certeza, tudo que se começa se acaba, mas quer saber descobrir a resposta pra tantas perguntas não fará a menor diferença e ainda estragara o mistério, se entregue.

Me entreguei e não volto atrás, amo a todos, confio em todos, não espero mesmo esperando, não me limito a teorias embora saiba de muitas e pergunto mesmo sem querer saber a resposta.

No final do dia sou apenas eu olhando pras estrelas e concluindo que mesmo com todas as piores coisas que a vida tem, ela ainda vale muito, e voce vale muito mais que imagina pra mim, não tem como entender, mas até o que há de pior tem seu brilho e quando a gente enxerga é contagiado, contagiado pela vida.
Estava confortavelmente deitada na cama no meio de travesseiros e edredom, viu a luz invadir o quarto por uma pequena fresta na porta era a mãe que não ficou ali muito tempo, segundos depois a porta já fora fechada novamente e ela contemplava o escuro, que só não era tão escuro pela claridade da manhã que a janela de madeira e a cortina verde não conseguiam evitar. Escutou o barulho da chuva la fora e sorrio já era tarde mas não ia levantar, colocou os braços pra fora do edredom e sentiu o ar gélido que circulava pelo quarto, era uma típica manhã de outono em pleno verão, era um presente pensou ela sorrindo e fechou os olhos para adormecer sem muito esforço minutos depois.


E como a menina saberia que momentos deveria guardar na caixinha da lembrança, como ela saberia ...?

"Guarde momentos felizes" ela ouvia sussurrarem dentro da cabeça. E como saberia que o que estava vivendo era extremamente feliz?

Nem ao menos se mexia sobre a cama, era impossível dizer se sonhava ou não, o cabelo cobria toda a extensão do travesseiro com exceção da mexa que caia sobre os olhos e nada alem do seu rosto podia ser visto. Como saberia que aquilo a fazia feliz?

Anos mais tarde ela se recordaria daquilo em alguma situação ironicamente parecida, mas com certeza menos agradável e descobriria que tinha sido feliz...

Na duvida a garota resolveu aproveitar tudo o que lhe acontecia, não poderia julgar exatamente se o que presenciava era ou não o momento mais feliz da sua vida, mas vivia tudo, e para ela era isso o que importava. Dormia quando sentia sono e se sonhava realizava os sonhos, ria alto porque risadas tímidas não eram tão alegres, ouvia o que queria ouvir e se sentia vontade de dançar dançava, cantava sem saber cantar e sempre que podia sentia a chuva cair sobre a pele, via todos os filmes que queria, mas é claro que nem todas as historia lhe agradaram, e quando isso acontecia escrevia sua própria historia...

Quando acordou sentiu o chão gelado em contato com os pés, permaneceu um tempo ali sentada na cama e se deu conta que não conseguia nem mais inúmeras momentos felizes, eram tantos... não seria exagero dizer que eram a vida toda.