Pecado.

Ela não precisava de nada alem de uma faísca para colocar fogo em tudo. Não literalmente, porque a sua vida não passava de uma metáfora. As expressões irônicas e entediadas revezavam-se em seu rosto, a sobrancelha arqueada só transmitia mais mistério aos olhos de cilios longos, olhos que dessa vez não diziam nada.


Não conhecia outra maneira de ser feliz a não ser cometendo seus pequenos pecados, e então chegava a um paradoxo, atos tão deliciosamente envolventes e tão nocivos. Não nocivos a ela é claro, eram seus pecados e não tinha nada que a fizesse mais tranqüila que eles. Eram nocivos a sociedade maquiada com uma moral inventada.

Os olhos fechavam quase em câmera lenta, deseja pensar em outra coisa que não fosse sobre ela mesma, mas o que seria mais interessante?